Barbie: 4 temas tratados no filme estrelado por Margot Robbie
Sucesso munial, o filme Barbie (2023) marca presença na cena cinematográfica com direção de Greta Gerwig e roteiro assinado por Noah Baumbach. Essa é uma produção que transcende os outros filmes com a boneca direcionados ao público infantil, apresentando-se como uma obra que dialoga com questões contemporâneas. Gerwig declarou que buscou inspiração em nada menos que 33 filmes impressionantes, incluindo clássicos como O Mágico de Oz, Cantando na Chuva, O Show de Truman, e Tempos Modernos. Tudo isso para dar vida à história live-action da Barbie.
Margot Robbie e Ryan Gosling, interpretando Barbie e Ken, respectivamente, nos levam a questionar se o filme é apropriado para crianças. A complexidade dos temas abordados, na minha avaliação, sugere que pré-adolescentes, a partir dos 12 anos, formam um público mais apropriado para compreender as nuances da trama e os temas profundos abordados, que incluem conceitos sobre estereótipo, patriarcado e feminismo (inclusive, essa foi a indicação estabelecida pelo Ministério da Justiça).
Aviso que tem spoilers nesse post.
A história começa em Barbieland, um mundo utópico e cor de rosa, onde as Barbies, assumindo diversas profissões de prestígio, como juíza, presidente e médica, governam. Em contraste, os Kens são retratados como figuras secundárias na terra da Barbie. O Ken vivido por Ryan quer conquistar o amor e a atenção dela, mas não consegue.
Um dia, entretanto, Barbie começa a ser atormentada pela ideia de morte (ela é imortal) e fica com os pés no chão (achatado). Ela busca ajuda da “Barbie Estranha” (Kate McKinnon), que já tinha estado no mundo real e passado por outras transformações (cabelo curto, pele tatuada etc.). O conselho recebido foi: Barbie deveria ir sozinha até o mundo real e encontrar a criança que estava afetando-a e gerando as mudanças em seu jeito de ser e pensar, mesmo vivendo em um mundo diferente. O apaixonado Ken entra no carro sem ela saber. E, assim, os dois fazem a viagem juntos.
Barbie e temas tratados
A partir daí, o filme vai abordar de forma audaciosa quatro questões relevantes:
- Relacionamento entre mãe e filha: a dinâmica entre Gloria (America Ferrera), uma funcionária da Mattel, e sua filha Sasha (Ariana Greenblatt) ilustra os desafios dos relacionamentos familiares, ressaltando a complexidade das conexões entre mães e filhas, especialmente quando as crianças crescem. Sasha não gosta mais da Barbie e acha que a boneca é uma má influência, pois representa um estereótipo de beleza e talento,gerando expectativas muito altas para as meninas do mundo real. Esse relacionamento proporciona um pouco mais de profundidade emocional à trama.
- Crítica à Mattel, Consumo e Patriarcado: o filme oferece uma crítica perspicaz à própria fabricante da boneca, cuja direção é dominada por homens mais velhos e vestidos de terno preto. Barbie descobre que o mundo real é domninado pelos homens, que estão em cargos de comando (Ken gosta disso e vai levar o patriarcado para Barbieland). O filme traz uma personagem que representa a fundadora da Mattel, a empresária Ruth Handler, papel interpretado por Rhea Perlman, que interage com a Barbie em dois momentos diferentes e cruciais do filme.
- Feminismo: quando volta para Barbieland, junto com Gloria e Sascha, Barbie verá que Ken levou o sistema patriarcal para lá e as Barbies, agora, devem seguir o que os Kens determinam. Gloria será a responsável por identificar como as Barbies podem deixar de ser dominadas pelos homens, em um importante discurso feminista (que eu achei particularmente um pouco longo). Gloria consegue se reaproximar da filha e ajudar as Barbies a saírem do “transe”.
- Mundo ideal e quase perfeito de Barbieland vs. Realidade: a contraposição entre o mundo idealizado de Barbieland e o mundo real com seus problemas convida o espectador a refletir sobre as expectativas irreais que muitas vezes projetamos em nossas vidas. Ao final do filme, Barbie precisará decidir em qual mundo quer viver.
Outros atores e personagens do elenco de Barbie:
- Will Ferrell como o CEO da Mattel
- Issa Rae como Barbie Presidente
- Alexandra Shipp como Barbie Escritora
- Emma Mackey como Barbie Física
- Dua Lipa como Barbie Sereia
- Sharon Rooney como Barbie Advogada
- Hari Nef como Barbie Doutora
- Ana Cruz Kayne como Barbie Juíza
Em resumo, o filme da Barbie de 2023 é uma obra que estimula a discussão sobre temas relevantes, posicionando-se como uma produção ue vai além do entretenimento infantil. Não é à toa o fato de der sido indicado às premiações internacionais, como Oscar e Globo de Ouro.
Leia também:
Museu das Ilusões renova o maior acervo de ilusão ótica do mundo em São Paulo
Resenha: Vis a Vis, da Netflix, retrata o ambiente violento das prisões femininas
Deixe um comentário