Resenha: Os altos e baixos da série Os Segredos de Manscheid, da Netflix

Resenhar uma série sensacional pode parecer mais fácil. Resenhar uma série mediana pode ser mais complicado, pois a produção poderia ser bem melhor. Por isso, este post trata dos altos e baixos da série luxemburguesa Os Segredos de Manscheid, da Netflix, que foi lançada em 2019. A primeira e a segunda temporadas têm 12 episódios cada, ou seja, um total de 24 episódios. A série tem criação de Thierry Faber, que escreveu seu roteiro junto com Eric Lamhene e Christophe Wagner.

O nome original da série é Capitani e faz menção ao sobrenome de Luc Capitani, o protagonista da série interpretado pelo ator Luc Schiltz.  Manscheid é uma vila cheia de segredos, região na qual o inspetor Luc Capitani vai em busca de uma ex-namorada, com quem viveu um relacionamento complicado, e acaba designado para trabalhar na investigação da morte de uma garota de quinze anos, Jenny Engel (Jill Devresse), cujo corpo é encontrado na floresta ao lado de um penhasco, e do desaparecimento de usa irmã gêmea, Tânia. Será que foi um assassinato, um acidente ou um suicídio? Essa é uma pergunta que paira ao longo da trama.

Luc conta com o apoio de uma jovem policial Elsa Ley, que é destemida e empenhada na solução do caso e chocada com ocorrido, já que conhece as garotas e os pais. Os moradores têm muitos segredos, inclusive o pai das garotas, Mick Engel (Jules Werner) e a mãe Tessy Kinsch (Claude De Demo), que são dois viciados em sexo – a morte da filha não atrapalha o ímpeto entre eles.

A primeira temporada é o ponto alto dessa série, pois ocorrem muitas reviravoltas ao longo da investigação, vamos entender o envolvimento de Luc com Carla Perreira (Brigitte Urhausen), segredos que afetam a sua carreira na polícia. Os episódios são curtos e fáceis de maratonar e simpatizamos com a pequena policial Elsa, que também é enganada pelo namorado militar, outro que tem negócios escusos. Durante a investigação, Capitani usa métodos nem sempre ortodoxos e com atitudes semelhantes ao protagonista de The Sinner.

Evidente que quando gostamos de uma primeira temporada, ficamos na expectativa da segunda, mas esta é o ponto baixo de Os Segredos de Manscheid. A segunda temporada foi lançada em 2021 e, para começar, a história se passa na capital Luxemburgo. Por isso, o nome da série não faz mais sentido. A Netflix deveria ter mantido o nome original da produção: Capitani.

Luc tenta resgatar sua carreira, afetada por segredos que vieram à tona ao final da primeira temporada. A jovem policial Elsa Ley continua na produção nesta segunda temporada. Agora, ela é investigadora na capital, assombrada por medos e pesadelos, triste pelas perdas que sofreu.

Nesta temporada, Capitani aceita um trabalho que o envolve em investigações de assassinatos, prostituição, imigração ilegal e tráfico de drogas ligadas ao submundo do crime da capital. Assim, seu caminho cruza com o de Elsa novamente. Mas, como uma série pode se chamar os Segredos de Manscheid se a vila ficou para trás? Considerei os personagens da segunda temporada muito caricatos e mais óbvios, como a dona de uma boate a elegante Valentina Draga (Edita Malovčić), que supostamente se importa com a morte de uma das mulheres que trabalha para ela, contratando Capitani para descobrir o que ocorreu, sem saber que o assassino desta moça está mais perto dela do que imagina.