3 mulheres importantes na série O Gambito da Rainha, da Netflix

3 mulheres importantes na série O Gambito da Rainha, da Netflix

O Gambito da Rainha, produção sensação da Netflix que acumulou vitórias no Emmy Awards em 2021, inclusive de melhor minissérie, é baseada no romance escrito por Walter Tevis, que retrata a história ficcional de uma garota órfã que se transforma em uma sensação mundial do xadrez, em universo esportivo dominado por homens, a maioria mais velhos que ela. Muito se lê sobre a performance de Anya Taylor-Joy, mas existem outras personagens coadjuvantes muito legais na trama. Aviso antecipadamente que este post tem alguns spoilers.
Beth Harmon (Anya Taylor-Joy)

 

O Gambito da Rainha se passa nas décadas de 50 e 60 e a produção tem 7 episódios. A sociedade da época está passando pela transição de uma sociedade na qual a mulher deixa de ficar em casa para cuidar exclusivamente da família e já começa a conquistar espaço nos locais e atividades masculinas.
Beth Harmon em universo predominantemente masculino 

 

1) A pequena Beth: a personagem central é Beth Harmon, que na fase adulta é vivida pela atriz Anya Taylor-Joy. Mas, é preciso aplaudir também a atriz Isla Johnston, que vive Beth criança e no começo da adolescência, que vive em um orfanato, depois de sobreviver a um acidente de carro no qual sua mãe morre (a trama dá a entender que ela o acidente foi proposital, ou seja, ela se suicidou e iria matar também a filha). É essa garota, que tem uma memória fotográfica e facilidade para cálculos (herdada da mãe) que, em meio ao tédio do orfanato, vai até o porão do prédio e lá encontra uma espécie de zelador Mr. Shaibel (Bill Camp), seu primeiro professor de xadrez. A trama mostra cenas de um homem rico, que deve ser o pai dela, mas nunca apresenta muitas informações a respeito. A introdução de Beth no mundo das drogas acontece no orfanato, pois era prática autorizada dar calmantes às crianças. Dar estes remédios será proibido depois e a abstinência da pequena órfã rende uma cena muito interessante em Gambito da Rainha.
Beth Harmon (Isla Johnston)

 

2) A amiga Jolene (Moses Ingram): a companheira mais próxima de Beth no orfanato, uma garota um pouco mais velha e negra, sem muita possibilidade de ser adotada. É a única com que Beth conversa, com quem compartilha o cigarro e os efeitos das drogas. Infelizmente, Jolene não participa muito da vida de Beth, depois que ela é adotada, mas a personagem volta nos episódios finais, como uma moça independente, na universidade e que vai ajudar financeiramente a enxadrista a viajar e disputar o torneio mundial de xadrez na Rússia, em pleno período da Guerra Fria, onde vai competir com os maiores mestres. Jolene é interpretada pela mesma atriz na época do orfanato e na vida adulta.
Jolene e Beth já adultas, após o reencontro 

3) A mãe adotiva Alma Wheatley (Marielle Heller): quando Beth é finalmente adotada e tem a possibilidade de ir em busca de uma nova vida, ela vai conviver com um casal que não tem um bom relacionamento (o marido viaja muito, enquanto a mulher fica em casa solitária e passa a beber demais). Alma é finalmente abandonada e Beth fica sob sua responsabilidade. Ela será responsável por apoiar com dinheiro as primeiras inscrições de Beth em torneios locais de xadrez. Perceberá que a filha adotiva tem talento e condições de ganhar dinheiro. Assim, será mãe e assumirá o papel de empresária de Beth, acompanhando-a em viagens para disputas nos Estados Unidos. Incentiva a garota e controla os ganhos, apesar de nunca ter deixado de beber um pouco a mais.

Alma Wheatley (Marielle Heller) 

 

Apesar do diretor Scott Frank afirmar que O Gambito da Rainha não terá uma segunda temporada, o final da minissérie deixa em aberto a possibilidade de continuidade. Quer saber como acabou? Vai precisar assistir!
Para quem tem curiosidade em saber a razão da minissérie se chamar O Gambito da Rainha: trata-se de uma jogada de xadrez, utilizada para se começar um jogo de xadrez (uma abertura), na qual o enxadrista sacrifica uma peça (o peão) para tirar vantagem disso depois.
Vou indicar a leitura de outros posts que tenho aqui no blog, um sobre a sensacional minissérie Big Little Lies e outro no qual falo das mulheres da série A Casa de Papel.

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