Enxaqueca: mitos e verdades
Com a colaboração do Dr. André Felicio, neurologista, doutor em ciências pela UNIFESP, membro da Academia Brasileira de Neurologia, pós-doutor pela University of British Columbia, no Canadá, e médico pesquisador do Hospital Israelita Albert Einstein (CRM 109665), você pode conferir e esclarecer as principais questões sobre enxaqueca. Veja a seguir:
1-A enxaqueca melhora durante a gravidez?
VERDADE. Caracteristicamente, a enxaqueca é muito mais frequente em mulheres do que homens justamente porque nelas, as flutuações hormonais, em uma pessoa suscetível, servem como fator desencadeante e agravante da dor. Durante a gestação, entretanto, a grande maioria das mulheres experimenta um alívio das suas crises, em particular, no segundo e terceiro trimestres.
2-A enxaqueca é sempre hereditária?
MITO. Embora existam casos de enxaqueca claramente familiares, como a conhecida e rara síndrome da enxaqueca hemiplégica familiar, é comum que indivíduos desenvolvam episódios de enxaqueca, esporádicos ou crônicos, sem que existam membros na família com uma dor semelhante.
3-Existe uma dieta para enxaqueca?
VERDADE. Existem alimentos que caracteristicamente estão associados à enxaqueca, por exemplo, são os queijos amarelos e outros derivados do leite, produtos enlatados, molho vermelho, bebidas alcoólicas, etc. Cabe ressaltar que esta lista de alimentos pode desencadear dor em alguns indivíduos, mas não em outros, ou seja, existem variações individuais.
4- Toxina botulínica para enxaqueca funciona?
VERDADE. A toxina botulínica já é um tratamento previsto em bula para a prevenção da enxaqueca, forma crônica, na qual os pacientes já fizeram outras medidas terapêuticas sem sucesso. Os resultados são muito bons, mas este tratamento deve ser indicado corretamente, porque não servirá para a grande maioria dos pacientes com a forma episódica ou crônica responsiva à profilaxia.
5-A enxaqueca só acontece em adultos?
MITO. A enxaqueca pode ocorrer em qualquer faixa etária, inclusive, em crianças e adolescentes, quando é mais comum em meninos que em meninas. Uma crise pode ocorrer pela primeira vez, inclusive, em indivíduos acima de 60 anos. Esta, entretanto, não é uma situação comum e, normalmente, o médico responsável sugere investigação complementar por imagem, a fim de excluir outras causas potencialmente mais graves e que iniciam na terceira idade.
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