Mix: Greenpeace promove desfile a “água virou luxo”
Lata d’água na cabeça…essa cena que sempre nos comoveu nas reportagens sobre a seca no Nordeste começa a rondar nós, os moradores de São Paulo, a maior metrópole do Brasil. Para pedir mais transparência no tratamento da questão e medidas para enfrentar esta seca, o Greenpeace promoveu um desfile nesta quinta (17 de julho) de moda numa das ruas mais luxuosas da cidade – é claro, a Oscar Freire, nos Jardins. Modelos desfilaram com baldes de ouro para armazenar água – artigo cada vez mais raro na atualidade. (teve até um modelo com a cara do governado Geraldo Alckmin).
Por que tratar deste tema no blog? Porque sem água não tem banho, não tem cabelinho cheiroso, não tem roupa de grife lavada….
A situação é grave e previsões apontam para um colapso do Sistema Cantareira, o principal manancial de abastecimento da Grande São Paulo (que atende 8 milhões de pessoas na região e mais 6 milhões no interior), entre outubro e novembro de 2014. O governo e a Sabesp apostam todas as suas fichas na incerta temporada de chuvas e, até agora, adotaram apenas medidas paliativas: incentivo a quem economizar água e o uso do chamado volume “morto” do manancial, com impactos desconhecidos para a sobrevivência do ecossistema.
A escassez vem avançando dos bairros periféricos da capital (onde o racionamento já faz parte da rotina e está cada vez mais intenso) para as regiões mais ricas de São Paulo. Cidades do interior paulista, como Itu e Campinas, também estão sofrendo com a falta de água.
Há um mês, o Greenpeace foi ao Palácio do Bandeirantes, sede do Governo de São Paulo, para entregar uma carta ao governador Geraldo Alckmin com demandas estratégicas. As propostas visam apontar soluções para atenuar e resolver a crise da água em São Paulo.
As propostas do Greenpeace são:
1. Combater o desperdício para reduzir os índices absurdos de perda;
2. Promover a eficiência do uso dos recursos hídricos, fomentando inclusive a discussão sobre o uso da água na agricultura;
3. Conservar a qualidade da água, com a recuperação e a proteção, por meio da criação de áreas protegidas, das florestas e matas ciliares;
4. Criar políticas de moradia justas e fortes, a fim de evitar que a dinâmica do mercado imobiliário estimule a ocupação de regiões próximas de mananciais;
5. Combater a poluição, com universalização do saneamento.
Olhando estas sugestões, sabemos que são fundamentais, entretanto não resolvem a situação no curtíssimo prazo. Teremos que esperar as chuvas e, efetivamente, pressionar por melhora imediata nas políticas públicas.
Mais imagens do desfile-protesto:
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