DEZEMBRO LARANJA E O CÂNCER DE PELE – O diagnóstico precoce e a prevenção são fundamentais no combate à doença

DEZEMBRO LARANJA E O CÂNCER DE PELE – O diagnóstico precoce e a prevenção são fundamentais no combate à doença

 A campanha Dezembro Laranja, promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), é fundamental para estimular a prevenção e o combate à doença, que é resultante de alterações genéticas, ambientais e de fatores de estilo de vida. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a cada ano, são registrados cerca de 185 mil novos casos da doença.

 

De acordo com Simone Neri, dermatologista, os tipos de câncer mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares. Mais raro e letal que os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer de pele e registra 8,4 mil casos anualmente. Segundo a SBD, quando descoberto no início o câncer de pele tem mais de 90% de chance de cura. Por isso, a campanha é fundamental para alerta a população sobre o diagnóstico precoce e como se prevenir.


 

O Câncer de Pele

 

O câncer de pele é uma condição de alta prevalência com etiologia multifatorial resultante de alterações genéticas, ambientais e de fatores de estilo de vida. No Brasil, entre todos os tumores malignos, os cânceres de pele apresentam as maiores incidências. Provocado pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele, os cânceres mais comuns são:

 

1. Carcinoma basocelular (CBC): o mais prevalente dentre todos os tipos, surge nas células basais, que se encontram na camada mais profunda da pele. Tem baixa letalidade e pode ser curado em caso de detecção precoce. Surgem geralmente em regiões expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas. Mais raramente, podem se desenvolver também nas áreas não expostas da pele. O aspecto clínico deste tipo de câncer é muito variável e pode apresentar-se como uma descamação, uma ferida ou até mesmo como um nódulo ulcerado. Somente um médico especializado pode diagnosticar e prescrever a opção de tratamento mais indicada.

 

2. Carcinoma espinocelular (CEC): O segundo mais prevalente dentre todos os tipos de câncer, se manifesta nas células escamosas, que constituem a maior parte das camadas superiores da pele. Pode surgir em todas as partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol, como orelhas, rosto, couro cabeludo, pescoço etc. Geralmente, está associado a áreas com danos solares como enrugamento e mudanças na coloração.

 

“O carcinoma espinocelular é duas vezes mais frequente em homens do que em mulheres. Assim como outros tipos de câncer de pele, a exposição excessiva ao sol é a principal causa, mas não a única. Alguns casos da doença estão associados a feridas crônicas e cicatrizes na pele, além do uso de alguns medicamentos e exposição a certos agentes químicos ou à radiação. A apresentação clínica geralmente são lesões vermelhas na forma de machucados ou feridas grossas e descamativas, que não cicatrizam e sangram ocasionalmente. Eles podem ter aparência similar à das verrugas. Somente um médico especializado pode fazer o diagnóstico correto”, explica a Dra. Simone.

 

3. Melanoma: Esse é tipo menos frequente dentre todos os cânceres de pele. O melanoma tem o pior prognóstico e o mais alto índice de mortalidade. Embora o diagnóstico de melanoma normalmente traga medo e apreensão aos pacientes, as chances de cura são de mais de 90%, quando há a detecção precoce da doença. Ele pode se apresentar como uma pinta ou sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos.

 

É muito importante observar a própria pele constantemente, e procurar imediatamente um dermatologista no caso de alterações. Essas lesões podem surgir em áreas difíceis de serem visualizadas pelo paciente, embora sejam mais comuns nas pernas, em mulheres; no tronco, em homens; e no pescoço e rosto em ambos os sexos. Além disso, vale lembrar que uma lesão considerada “normal” para um leigo, pode ser suspeita para um médico.

 

Pessoas de pele clara e que se queimam com facilidade quando se expõem ao sol têm risco maior de desenvolver a doença. O melanoma tem origem nos melanócitos, as células que produzem melanina, o pigmento que dá cor à pele. Normalmente, surge nas áreas do corpo mais expostas à radiação solar. Nos estágios iniciais o melanoma se desenvolve apenas na camada mais superficial da pele, o que facilita a remoção cirúrgica e a cura do tumor.

 

Nos estágios mais avançados, a lesão é mais profunda e espessa, o que aumenta a chance de se espalhar para outros órgãos diminuindo as chances de cura.  Por isso, o diagnóstico precoce do melanoma é fundamental. Embora apresente pior prognóstico, avanços na medicina e o recente entendimento das mutações genéticas, que levam ao desenvolvimento dos melanomas, possibilitaram que pessoas com melanoma avançado tenham hoje um aumento na sobrevida e na qualidade de vida.

 

A hereditariedade é um dos fatores do câncer de pele do tipo melanoma. Por isso, familiares de pacientes diagnosticados com a doença devem se submeter a exames preventivos regularmente. O risco aumenta quando há casos registrados em familiares de primeiro grau.

 

Para auxiliar na identificação dos sinais perigosos siga a Regra do ABCDE. Mas, em caso de sinais suspeitos, procure sempre um dermatologista. Nenhum exame caseiro substitui a consulta e avaliação médica.

 

Sinais perigosos siga a Regra do ABCDE:

 

Assimetria: se uma metade da lesão for diferente da outra;

Bordas irregulares: quando o contorno da pinta ou mancha não for regular;

Cor: sinais, pintas ou manchas com cores diferentes;

Diâmetro: pintas ou manchas com um diâmetro maior que 6 mm;

Evolução: qualquer tipo de mudança no tamanho ou cor.

 

Dicas para evitar o Câncer de Pele:

Exposição solar: Ao sair ao ar livre, procure ficar na sombra, principalmente no horário entre 10h e 16h, quando a radiação UVB é mais intensa. Use sempre protetor solar com fator de proteção solar (FPS) 30 ou maior.

 

Uso correto do protetor solar:

O produto deve ser aplicado ainda em casa, e reaplicado ao longo do dia a cada 2h. Aplique o equivalente a uma colher de chá rasa para o rosto e três colheres de sopa para o corpo. O filtro solar deve ser usado todos os dias, mesmo quando o tempo estiver frio ou nublado, pois a radiação UV atravessa as nuvens.

 

Roupas:

Hoje, é possível complementar as estratégias de foto proteção com outros mecanismos como, por exemplo, roupas, chapéus e óculos apropriados.

 

Melhor fator de proteção:

Um filtro solar com FPS 30 é capaz de evitar queimaduras e proteger o usuário

dos raios emitidos pelo sol que penetram profundamente na pele e que causam um dano progressivo às células.

 

Como escolher:

Segundo o consenso de foto proteção da Sociedade Brasileira de Dermatologia é aconselhável que os filtros solares tenham no mínimo FPS de 30. Porém, se você tiver pele clara, de preferência aos filtros com FPS de no mínimo 60, que certamente a sua pele estará mais protegida. “Como prevenir é sempre o melhor remédio, evite os fatores que desencadeiam o câncer de pele usando filtros solares com regularidade”, finaliza a Dra. Simone Neri.


Aprenda a fazer o autoexame da pele.  


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