Fácil
e rápido de ser feito, o teste do pezinho é o exame de sangue coletado no pé do
recém-nascido. “É um exame de extrema importância e deve ser realizado entre o
terceiro e, no máximo, quinto dia após o nascimento do bebê. Seu objetivo é
diagnosticar precocemente - na fase sintomática - doenças que causam
complicações graves, que vão desde retardo mental até a morte”, alerta Dra.
Tânia Bachega, endocrinologista da Sociedade
Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP) que
acompanhou a reformulação do Programa Nacional de Triagem Neonatal no
Ministério da Saúde.
Como é feito? - Com uma agulha bem fina, é
retirado o sangue do calcanhar do bebê e as gotinhas são colocadas em um papel,
que segue para os laboratórios públicos ou privados habilitados a realizar o
teste.
As maternidades da rede particular fazem a coleta do material.
Já no sistema público, isso não acontece em todos os municípios, e a mãe
precisa ficar atenta ao prazo limite (até o quinto dia após o nascimento) para
levar o recém-nascido a uma unidade básica de saúde para colher o sangue.
“Atenção: o importante não é somente coletar o sangue, mas
também cobrar a liberação rápida dos resultados. As mães devem exigir o
resultado do teste por escrito”, alerta Dra. Tânia.
As mães geralmente confundem a imagem
digitalizada do pezinho com o teste. São coisas muito diferentes. A foto do pezinho é só
para a identificação do bebê na maternidade.
Entre as doenças
rastreadas pelo teste do pezinho estão:
- Hipotireoidismo congênito: com o diagnóstico
tardio, a criança terá retardo mental grave chamado de cretinismo;
- Fenilcetonúria: doença rara, congênita e
genética, que afeta o sistema neurológico;
- Anemia
falciforme: doença do sangue causada por uma alteração genética
no formato das hemácias, diminuindo sua capacidade de transportar oxigênio para
as células do corpo e gerando sintomas como dor generalizada, fraqueza e
apatia;
- Fibrose
cística: conhecida também como mucoviscidose, é uma doença genética,
hereditária, autossômica e recessiva, ou seja, passa de pai/mãe para filho
(a). Ela
afeta os aparelhos digestivo e respiratório e as glândulas sudoríparas;
- Hiperplasia
adrenal congênita: doença que afeta os hormônios essenciais da
vida, como cortisol e aldosterona. Sem o tratamento precoce, leva o bebê à
desidratação grave nos primeiros dias de vida, frequentemente evoluindo para
óbito;
- Deficiência
de biotinidase: doença metabólica hereditária que pode causar
convulsões, surdez, ataxia, hipotonia, dermatite, queda de cabelo e atraso no
desenvolvimento.
“A triagem neonatal é um processo complexo, pois não se
restringe apenas à realização dos testes para diferentes doenças, mas também
envolve a busca rápida dos bebês com testes positivos para a confirmação
diagnóstica da doença, por meio de exames mais específicos, e início do
tratamento no menor tempo possível e acompanhamento por uma equipe
multiprofissional”, conta Dra. Tânia.
Teste positivo: o que
fazer?
Uma vez que o resultado tenha dado positivo para uma das doenças
que fazem parte do rol do teste do pezinho, é preciso tirar a prova com um novo
teste comprobatório. Mesmo que seja difícil e assuste os pais, o resultado
positivo nem sempre quer dizer que a criança desenvolverá a doença em questão.
Nesses casos, o teste deve ser repetido rapidamente com o acompanhamento do
pediatra, que deve ficar atento às manifestações clínicas da doença.
Sobre a SBEM-SP
A SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
do Estado de São Paulo) pratica a defesa da Endocrinologia, em conjunto com
outras entidades médicas, e oferece aos seus associados oportunidades de
aprimoramento técnico e científico. Consciente de sua responsabilidade social,
a SBEM-SP presta consultoria junto à Secretaria de Saúde do Estado de São
Paulo, no desenvolvimento de estratégias de atendimento e na padronização de
procedimentos em Endocrinologia, e divulga ao público orientações básicas sobre
as principais moléstias tratadas pelos endocrinologistas.
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