Quando recebemos este artigo,
resolvemos publicá-lo, pois consideramos importante refletir sobre a imposição
de seguir padrões seja na decoração da casa, na moda, no jeito de ser. Vamos
deixar de lado as regras e pensar em seu conforto e no bem-estar da sua
família? Aproveite a leitura!
Arquitetura e decoração: uma questão de alma e não de
padrão!
Por Karla Manfredi Pimentel*
A
novela “A dona do pedaço”, exibida no horário das 21h, na TV Globo, apresentou
em alguns episódios uma conturbada relação entre a arquiteta Stephanie,
interpretada pela atriz Daniella Galli, e sua cliente, Maria da Paz, vivida por
Juliana Paes.
Deixando
de lado todas as questões éticas envolvendo a trama, na qual a filha da
protagonista, Josiane, personagem de Agatha Moreira, convence a profissional a
pagar comissão a fim de roubar a própria mãe (o que não deve ocorrer fora das
telas), vemos um forte desalinhamento entre as expectativas da cliente e as
propostas da arquiteta.
De
origem humilde, Maria da Paz enriqueceu vendendo bolos e orgulha-se muito de
sua história de trabalho e superação. Com um gosto exuberante, tende a
valorizar um estilo de moda e decoração com muitos elementos, chegando a ser
exagerados em algumas ocasiões.
Diante
da cliente, a profissional teima em oferecer um projeto sofisticado, mas em que
nada agrada Maria da Paz. Nenhum dos seus móveis ou objetos atuais foram
aproveitados em sua nova residência. O argumento da arquiteta era o de que tudo
era cafona e estava “fora do seu padrão”.
Mas,
afinal, o que é o padrão? É óbvio que cada arquiteto tem o seu estilo, mas
acima de tudo, ele tem o dever de entender as necessidades, desejos e anseios
do cliente para propor soluções que transformem a sua casa, escritório ou ponto
comercial em um ambiente aconhegante, onde ele se reconheça e se identifique.
Em
um mundo cheio de regras e convenções sociais, “ser você mesmo” é um desafio.
Ser autêntico e se sentir único é um desejo da grande maioria das pessoas. Um
padrão ditado pela sociedade não cabe mais nos dias de hoje. Queremos bem-estar
e conforto em ambientes que efetivamente nos preencham e nos satisfaçam.
Nesse
sentido, a arquitetura sensorial vem ganhando muito destaque. Nela, os seis
sentidos - visão, tato, olfato, paladar, audição e intuição - adentram os
ambientes com o objetivo de despertar sensações e criar memórias que ficarão
eternizadas para sempre, como o cheiro do café coado pela avó, a macarronada
servida aos domingos com a família reunida e até o sossego de uma tarde de
filme sozinho no sofá.
Através
da composição de texturas, revestimentos, cores, formas, cheiros e luz, a
arquitetura sensorial proporciona o ambiente que o cliente quiser, com foco em
aguçar ou provocar emoções e sensações. Cada vez mais, percebemos que é o
momento de ser e não de ter. Maria da Paz parece ter percebido isso há muito
tempo.
*Karla
Manfredi Pimentel é arquiteta
sensorial e designer da Arch&Soul, consultoria de arquitetura para o bem
viver.
Aproveite
e veja em nosso blog as dicas para se manter uma cozinha organizada e como deixar sua casa
mais bonita com samambaias.
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