A hipertensão arterial sistêmica, também conhecida como pressão
alta, é uma doença bastante comum, na qual ocorre aumento dos níveis da pressão
arterial. Quando não há o tratamento adequado, esse problema pode levar ao
derrame cerebral, infarto, insuficiência cardíaca e renal, além de consequências
à saúde ocular. Para alertar sobre esses riscos, acontece o Dia Nacional de
Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, em 26 de abril.
Conforme explica a Dra. Ana Carolina Arato, oftalmologista do
HCLOE, empresa do Grupo Opty em São Paulo, com o aumento crônico da pressão,
ocorrem degenerações vasculares em todo o corpo. “O principal processo, chamado
de arteriosclerose, leva a um endurecimento das artérias que pode causar
diversos problemas em nosso organismo, como infartos, diminuição da atividade dos
rins, derrames cerebrais e lesões oculares”, conta.
“Nos olhos, o principal alvo da pressão arterial alta é a retina,
que é a camada que reveste internamente o globo ocular e que é responsável por
transformar a luz em visão. Essa alteração é chamada de retinopatia
hipertensiva”, diz a especialista do Grupo Opty. Seu diagnóstico é feito por
meio do exame de fundo de olho, no qual é possível observar a retina e os vasos
retinianos e, assim, identificar e classificar pequenas hemorragias, áreas de
inchaço (edemas) na retina, além de vasos debilitados. Esses achados decorrem
da arteriosclerose, vazamento do conteúdo dos vasos e constrição vascular.
E se não tratar? – Com o passar
do tempo, os pacientes hipertensos também ficam mais propensos a oclusões vasculares
na retina e no nervo óptico, condições nas quais se observa o fechamento
completo de vasos e que causam grave falta de suprimento de sangue para essas
estruturas oculares. “Em aumentos muito extremos da pressão arterial, podem
ocorrer desde inchaço do nervo óptico até descolamentos de retina”, afirma a
Dra. Arato.
Prevenir – A prevenção e o tratamento
para a retinopatia hipertensiva passam pelo controle clínico da hipertensão,
seja com mudanças do estilo de vida, como atividade física e dieta equilibrada
que privilegie alimentos naturais em detrimento aos industrializados, ou com o
uso de medicamentos anti-hipertensivos, sempre com acompanhamento médico.
Vale lembrar que obesos, pessoas com alimentação rica em sal
(sódio, responsável pela retenção de líquido, que aumenta ainda mais a
pressão), sedentários, diabéticos e indivíduos com histórico de hipertensão na
família têm mais chances de desenvolverem a pressão alta.
“Se você é hipertenso, faça consultas periódicas e converse com
seu oftalmologista sobre a necessidade do exame de fundo de olho. Esses dados
são fundamentais e auxiliam no tratamento da pressão alta pelo seu clínico”,
comenta a especialista do Grupo Opty.
Não confunda!
Hipertensão arterial não é a mesma coisa que hipertensão ocular.
Também é comum a confusão entre glaucoma e hipertensão ocular. Frequentemente
são mencionados como sinônimos, mas, na verdade, são condições diferentes.
Hipertensão ocular, como o próprio nome diz, é a pressão elevada nos olhos.
Normalmente, a pressão ocular não ultrapassa o valor de 21mmHg. Quando isso
ocorre, se está diante de pressão alta nos olhos ou hipertensão ocular. Ter a
pressão elevada nos olhos não significa que a pessoa tenha glaucoma e sim que
tem risco de um dia desenvolver a doença.
Glaucoma não é sinônimo de pressão alta nos olhos. Glaucoma é uma
doença que acomete o nervo da visão e pode ser independente da pressão alta nos
olhos. No glaucoma, ocorre a progressiva morte das fibras que formam o nervo
responsável pela visão. Se não for diagnosticado e tratado, pode evoluir para
cegueira. “No mês em que é promovido o Abril Marrom, campanha de saúde pública
que destaca as doenças que causam cegueira, esse segundo alerta é igualmente
necessário”, conclui a oftalmologista.
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