Apesar de boa parte
das doenças visuais serem preveníveis e tratáveis, o número de
deficientes deve aumentar devido a maus hábitos de saúde e doenças
crônicas
De acordo com
a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% das causas de deficiência visual
podem ser prevenidas ou tratadas, no entanto, a
cada 5 segundos uma pessoa fica cega no mundo, de
acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia
(CBO), que ainda estima um aumento significativo da cegueira e dos problemas de
visão, até 2020, em função de fatores ligados aos hábitos cotidianos e doenças
crônicas.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) apontam 6,5 milhões de brasileiros com deficiência visual. Ao redor do
mundo, são cerca de 40 a 45 milhões de pessoas cegas e outros 135 milhões com
limitações severas de visão, segundo a OMS. “A maioria desses casos poderia
ter sido evitada se houvesse mais efetividade na prevenção e no tratamento. Uma
rotina de visitas ao oftalmologista é fundamental para melhorar as condições de
saúde ocular das pessoas no país”, explica Dr. André Gomes, médico oftalmologista e integrante
do conselho consultivo da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo.
Por isso a
conscientização é tão importante e o Abril Marrom, desde 2016, é dedicado a
geração de conhecimento e engajamento sobre a saúde ocular. O
marrom foi escolhido por ser a cor da íris da maioria dos brasileiros. A íris é
aquela parte mais visível e colorida dos olhos e tem como função controlar
os níveis de luz que entra neles.
Três fatores são decisivos para a
manutenção da saúde ocular: estilo de vida equilibrado, diagnóstico
precoce e tratamento adequado. “Hábitos saudáveis, como alimentação
balanceada e prática de atividades físicas ajudam na preservação da saúde
global do indivíduo, com ganhos importantes também na saúde ocular. Já no
quesito prevenção, visitas
regulares ao oftalmologista são a melhor forma de garantir um diagnóstico
antecipado e o tratamento correto, que são fundamentais para que o
paciente possa manter uma boa visão ao longo da vida”, afirma o especialista.
Entre as principais causas da cegueira em
adultos estão a Catarata, o Glaucoma, o Edema Macular Diabético (EMD) e
Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI).
A Catarata é uma lesão ocular que atinge a lente atrás da
íris, conhecida como cristalino, tornando-a opaca, o que impede a passagem de
luz e compromete a visão. “A princípio, o paciente tem a sensação de
visão embaçada, como uma névoa. Com a progressão da doença, passa a enxergar vultos, podendo
evoluir para cegueira”,
aponta Dr. André Gomes. Sua principal causa é o envelhecimento e o tratamento é
cirúrgico, com reversão total ou parcial do problema.
Já
o Glaucoma tem origem no dano ao nervo óptico,
com lesão irreversível das fibras nervosas que leva a perda da visão. O
problema pode ser causado devido ao aumento da pressão ocular ou pela alteração
do fluxo sanguíneo no nervo óptico. “Como o glaucoma é assintomático em sua
fase inicial, a maneira mais
efetiva de evitar agravamento é por meio da realização de exames periódicos.
Isso porque quando as alterações de visão aparecem, costuma ser tarde demais”, diz Dr.
O Edema
Macular Diabético (EMD) tem como característica o acúmulo de
líquido na região central da retina, devido ao aumento a longo prazo
dos níveis de açúcar no sangue, ocasionando a perda de acuidade visual de
forma progressiva. “O Brasil ocupa a 4ª posição entre os países com
maior prevalência de diabetes, o que se traduz em quase 14 milhões de pessoas
mais suscetíveis ao risco de desenvolver o Edema Macular Diabético,
que é uma complicação bastante comum
do diabetes descontrolado e deve ser acompanhado de perto”, reforça
o especialista.
No caso da Degeneração Macular Relacionada a Idade (DMRI), ocorre a deterioração da mácula (região central da
retina) devido ao envelhecimento e fatores predisponentes. A enfermidade
causa diminuição da visão com a presença de mancha central
no campo de leitura. “Apesar da doença estar diretamente
relacionada ao envelhecimento, pacientes que ao longo da vida se expuseram
a grande quantidade de radiação solar, que levam uma dieta rica em gordura e
são tabagistas também estão suscetíveis a alteração”, comenta Dr.
André Gomes.
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