Leucemia: tipos, sintomas e diagnóstico

Leucemia: tipos, sintomas e diagnóstico

Dos tipos de câncer que afetam o sangue, a leucemia é a mais conhecida. A idade de acometimento varia de acordo com o subtipo de leucemia, que, em linhas gerais, se divide em mielóide e linfóide, de acordo com a célula afetada. Em ambas as categorias, ela pode ser qualificada com sendo aguda ou crônica, considerando a velocidade de divisão dessas células e, portanto, a agilidade com a qual a doença se desenvolve, explica a Dra. Mariana Oliveira, hematologista do Centro Paulista de Oncologia – CPO, do Grupo Oncoclínicas.


As Leucemias Agudas podem ocorrer em todas as faixas etárias sendo que a LLA (Leucemia Linfóide Aguda) tem maior incidência na infância e juventude. Estima-se que a condição corresponda a 33 de cada 100 diagnósticos em pacientes de 0 aos 18 anos, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Já a LMA (Leucemia Mielóide Aguda) é o tipo mais comum de Leucemia em adultos, correspondendo a 80% dos casos neste grupo.

“A leucemia afeta inicialmente a medula óssea – tecido mole que fica dentro dos ossos e é responsável por produzir glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas -, fazendo com que as células sanguíneas passem a se reproduzir de forma descontrolada e gerando o comprometimento da fabricação normal do sangue. Sendo assim, ocorre anemia, diminuição da imunidade e aumento do risco de sangramentos”, esclarece a Dra. Mariana Oliveira.

Segundo a especialista, não se trata de uma condição hereditária. “Não existe como apontar as causas exatas que permitam a prevenção para todos os indivíduos. Por isso, a melhor forma de deter o avanço da leucemia é o diagnóstico precoce”, destaca a Dra. Mariana.

Fique atento aos sintomas

Alguns fatores, como a exposição a produtos químicos, principalmente os derivados de benzeno, e à radiação em altos níveis, assim como algumas doenças genéticas como anemia de Fanconi e outras que afetam o sangue, podem elevar o risco de incidência da doença. Ainda assim, estes são apenas fatores que podem contribuir para o surgimento da leucemia, mas não são regra. Diante disso, o principal conselho da hematologista é que seja dada atenção aos sinais que podem ser indícios da doença.

“Os sintomas das leucemias agudas incluem palidez, cansaço e sonolência, uma das consequências da queda na produção de glóbulos vermelhos (hemácias) e consequente anemia. Manchas roxas que surgem aparentemente sem traumas, pequenos pontos vermelhos na pele e/ou sangramentos mais intensos e prolongados após ferimentos leves também podem surgir em decorrência da diminuição na produção de plaquetas”, diz a Dra. Mariana.


A redução na imunidade ocasionada pela baixa quantidade de glóbulos brancos faz ainda com que a pessoa apresente infecções constantes e febre. “Dores ósseas e nas juntas, que podem dificultar a capacidade de locomoção, dores de cabeça e vômitos são outros possíveis sintomas que não devem ser ignorados. Outro indício da doença pode ser ainda a perda de peso”, afirma.

A Dra. Mariana frisa, contudo, que as leucemias crônicas são comumente descobertas por alterações identificadas no hemograma – exame de sangue que deve ser realizado periodicamente como parte da rotina, já que dificilmente apresentarem alterações evidentes à saúde. “Apenas em estágios mais avançados podem ocorrer sintomas similares aos casos agudos”, pontua a especialista do CPO.

Para definir o diagnóstico, é recomendada a coleta de medula óssea para exames específicos (mielograma, biópsia, imunofenotipagem e cariótipo). Outros estudos complementares podem ser sugeridos, de acordo com a subclassificação a ser estabelecida e análise de risco, para que seja assim definido o tratamento a ser adotado. Em geral, as leucemias são tratadas com quimioterapia. De acordo com os resultados obtidos com a quimioterapia, pode ser indicado o transplante de medula óssea.

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