
Zuummmm...A manhã passou
rapidamente. Ajudei com a preparação dos pequenos docinhos, que também enrolamos,
com as mãos lambuzadas de margarina. Cuidadosamente, passamos um a um no
chocolate granulado ou no coco ralado. As forminhas coloridas lado a lado na
bandeja, para o momento de serem servidos. Precisava ter paciência. O bolo
estava quase pronto. Tinham sido assados na véspera e, enquanto fazíamos os
doces, minha mãe o confeitava com glacê cor de rosa e pequenas florzinhas de açúcar.
De repente, percebi o brigadeiro
enorme que estava em minha frente. As lembranças tinham tomado conta da minha
mente, nos poucos minutos que fiquei sentada naquela mesa da brigaderia. É...hoje
em dia temos lojas especializadas em brigadeiro gourmet, como dizem. Chocolate
é apenas um dos sabores do cardápio. Tem com pistache, nozes, castanha, limão, frutas
vermelhas, damasco e o que mais a invencionice culinária permitir. Mas, para mim,
nada substituía a delícia de preparar os brigadeiros na cozinha da minha casa a
cada aniversário. Ver os convidados encherem as mãos ou um copo, ao final da
festa, para levarem mais docinhos para casa. Dificilmente sobrava um.
Felizmente, minha mãe guardava alguns no armário para a gente comer no dia seguinte
– como se fosse um presente pelo cansaço que dava de organizar os festejos.
Dei uma mordida no meu
brigadeiro. Estava bom. Macio e realmente com sabor de chocolate - se era belga
ou suíço eu ainda não conseguia diferenciar. Será que tem crianças por aí que
ainda vivem esta experiência de preparar os brigadeiros para a própria festa de
aniversário? O tempo passa. E, já era hora de eu voltar ao trabalho. O horário
de almoço estava no fim. Comi o restante do brigadeiro. Eu ligaria aquela noite
para minha tia Helena. Uma lágrima queria rolar no canto dos olhos de saudade
daqueles dias de festa e da minha mãe.
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