A população de idosos foi a que mais cresceu no
Brasil nos últimos vinte anos. De acordo com o último censo do IBGE mais de 18
milhões de brasileiros têm mais de sessenta anos, um crescimento de 2,6% em
comparação a 1991. Com o avanço da expectativa de vida é preciso tomar alguns
cuidados na prevenção de doenças que possam limitar os movimentos e diminuir a
disposição dos mais velhos. Uma dessas doenças é a osteoporose que atinge dez milhões de pessoas no Brasil,
principalmente as mulheres.
“A osteoporose resulta da carência de cálcio no
organismo. É agravada por fatores genéticos e por uma série de problemas
relacionados ao estilo de vida como o sedentarismo, alimentação inadequada,
fumo, álcool, café em excesso, entre outros”, afirma o Dr. Rogério Vidal de
Lima, ortopedista especializado em Cirurgia de Colunas pelo Hospital das
Clínicas e do Corpo Clínico do Hospital Albert Einstein.
Segundo o Ministério da
Saúde, um terço das mulheres entre 60 e 70 anos sofre desse mal. Esse número sobe
para dois terços entre as mulheres com mais de 80 anos. "É bem mais barato
prevenir a osteoporose e uma das medidas de prevenção consiste no fornecimento
de cálcio aos ossos nas quantidades que eles necessitam diariamente", explica o
especialista.
A Cifoplastia: o procedimento para
corrigir a deformação da coluna
As fraturas decorrentes da osteoporose
comprimem os ossos frontais da coluna vertebral, resultando num aumento anormal
da curvatura da espinha torácica provocando a cifose, popularmente chamada de
“corcunda”. A dor é intensa e uma das formas de acabar com o problema é a
cifoplastia, procedimento minimamente invasivo que proporciona alívio quase
imediato. A técnica permite a correção da deformidade.
A cifoplastia é normalmente realizada com
anestesia local. O médico faz uma pequena incisão nas costas do paciente e com a
ajuda de imagens de raio-x em tempo real – um processo chamado fluoroscopia –
leva um tubo fino até a vértebra fraturada. Através desse tubo, o médico faz uma
perfuração na parte externa e dura do osso, até atingir o centro, que é mais
macio. Assim, o médico constrói uma passagem estreita, pela qual insere, no
interior da vértebra, um pequeno balão especial que é inflado. Ao se encher, o
balão alavanca as porções do osso, que caíram ao quebrar, colocando-as de volta
às suas posições originais.
O objetivo é fazer a vértebra retornar à sua forma
natural. O balão é, então, esvaziado e retirado, deixando em seu lugar uma
cavidade, que o médico preenche com cimento ósseo de secagem rápida. O
procedimento dura de 30 a 40 minutos. Depois disso, o paciente permanece deitado
por cerca de duas horas. Após esse período, o paciente se levanta e caminha pelo
próprio quarto. Depois de passar a noite no hospital, ele pode voltar às suas
atividades normais.
“O quadro é animador, especialmente para
pacientes que desenvolveram uma deformidade cifótica significativa. A
cifoplastia oferece, no mínimo, a oportunidade de reverter algumas das
deformidades associadas a essas fraturas”, conclui o Dr. Rogério.
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