Duas
vezes mais frequente nos homens do que nas mulheres, o câncer de rim acomete
cerca de sete mil pessoas por ano no Brasil, com prevalência entre 50 e 70 anos
de idade ( 7 a 10 casos por 100 mil habitantes/ano), segundo dados da Sociedade
Brasileira de Urologia (SBU).
Apesar
da baixa incidência do tumor, de 2 a 3% dos casos de todos os tumores malignos,
o câncer renal é bastante perigoso devido a sua progressão silenciosa. Os
sintomas mais comuns como, sangramento na urina, dor lombar ou abdominal lateral
e sensação de uma massa abdominal aparecem, geralmente, quando o tumor está em um
estágio mais avançado, o que dificulta o tratamento.
Mas,
atualmente, com o advento dos exames de imagem de rotina, é cada vez mais comum
diagnósticos precoces sem nenhum sintoma aparente em exames comuns, até mesmo quando se faz o check up anual preventivo. “Na maioria das vezes, o diagnóstico é acidental, quando é feito
algum exame de imagem abdominal, como ultrassom ou tomografia, por outros
motivos”, afirma o oncologista do Serviço
de Oncologia Clínica do Hospital do Câncer (Instituto Nacional do Câncer - INCA)
e da Clínica Oncologistas Associados, Dr. Daniel Herchenhorn.
Segundo
o especialista, cerca de 50% dos
pacientes são diagnosticados com a doença em nível avançado. “Isso faz com que o
câncer de rim muitas vezes não seja tratado com intuito curativo. Por isso, a
importância de terapias capazes de controlar a doença por longos períodos e com
boa qualidade de vida”, alerta o oncologista.
São
vários os tipos de tumores malignos no rim. No entanto, o carcinoma de células
renais corresponde de 60 a 80% dos casos. Por ser um tumor com características
específicas, a quimioterapia é ineficaz no tratamento do carcinoma de células
renais, sendo possível melhores resultados com as terapias-alvo, que têm como
foco combater vias
celulares específicas, direcionando a ação de medicamentos às células tumorais e
com foco principal neste caso na angiogênese.
Essa forma de
terapia é uma das mais pesquisadas nos estudos clínicos realizados atualmente no
contexto oncológico, baseando-se no aprimoramento da descoberta de alvos
celulares que sejam capazes de serem “atacados” de forma precisa e com o menor
índice de efeitos colaterais possíveis e, consequentemente, aumentando a
sobrevida e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
Sutent
(malato de sunitinibe) é um desses exemplos. Inibidor de tirosinoquinase, o
medicamento atua como terapia alvo impedindo o crescimento de novos vasos
sanguíneos que alimentam o tumor e atacando diretamente as células tumorais,
evitando sua multiplicação