Os homens podem mesmo chorar?

Os homens podem mesmo chorar?

Em tempo de Copa do Mundo, vemos na TV cenas engraçadas, pessoas fantasiadas. De um lado, aparecem os leões, do outro o Capitão América, o Hulk ou o Fuleco. Rostos pintados nas cores das bandeiras, cabelos e perucas. Uma diversão só para os torcedores que lotam as arenas e as ruas!  

Mas, à medida que a competição vai avançando, vai chegando o momento da eliminação de algumas seleções, dos que precisaram pegar a mala e voltar para casa, após a derrota. Partidas tensas, a alegria dos ganhadores, a tristeza dos derrotados…vários marmanjos a chorar pelo sonho que termina. O choro ali mesmo no campo, ajoelhados no gramado. Alguns até tentaram esconder as lágrimas com a camisa. Emoção!
Apesar de não ter sido derrotada, os jogadores da seleção brasileira passaram por este momento de lágrimas na partida contra o Chile, decidida nos pênaltis. A derrota não veio por um triz. A trave, o talento do goleiro Julio César e a corrente da torcida ajudaram na vitória. Junto com o alívio pela classificação para a fase seguinte, vieram as lágrimas. Jovens homens que renderam-se à vontade de chorar por mais uma etapa vencida com dificuldade.
O que receberam de volta? Críticas pela suposta fraqueza, que seria um sinal de descontrole emocional. Raios! (para não dizer outra coisa). Para mim, estas condenações sinalizam que, apesar de pronunciarmos que os homens podem expressar suas emoções, quando eles fazem isso, são rapidamente recriminados.
Com certeza, os críticos, principalmente jornalistas, achariam normal que a seleção brasileira feminina de futebol chorasse numa situação similar. Os estereótipos ainda prevalecem: mulheres são choronas, homens devem ser durões. Os homens podem chorar? Parece que não. Quanto preconceito!

Queria ver estes “juízes” reagirem a tanta pressão. Os jogadores não são máquinas. Eles são seres humanos. Chorar não é vergonha, nem desequilíbrio. É natural. Chega de reforçar este conceito de que homem não chora.  Chorar ajuda a resgatar a tranquilidade. Lagrimar também é bom! 

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